27 fevereiro 2018

Uber só vai investir no Brasil se nova regulação permitir, diz presidente de aplicativo

Foto: REUTERS/Denis Balibouse
"Nossa visão do Brasil é de um mercado promissor, queremos nos dedicar a ele, desde que o ambiente regulatório nos permita. Pretendemos investir não só em tecnologia, talvez contratar engenheiros. 
A aposta da Uber no Brasil a partir de agora, no entanto, estará atrelada às normas fixadas para os serviços pela Câmara dos Deputados, diz Dara Khosrowshahi, 48, CEO (presidente-executivo) da Uber, em entrevista concedida por telefone.
Qualquer empresa assume riscos e há um "mercado promissor" no país, diz ele, mas tudo está condicionado às restrições que devem voltar à pauta dos deputados nesta terça (27). "O nível do investimento, obviamente, dependente dessa regulação."
Na semana passada, sob a justificativa de que não há regras claras e de que não colocaria seu negócio sob risco, a Uber decidiu encerrar suas atividades no Marrocos. Khosrowshahi diz que a situação no Brasil parece distante disso. "Seria um resultado trágico que eu não antevejo, mas às vezes essas coisas acontecem pelo mundo."
Os projetos da Uber incluem outros modelos de transporte, como um sistema com bicicletas pensado para cidades como São Paulo, e a tecnologia dos "carros voadores" -com pousos e decolagens na vertical e que Khosrowshahi projeta no mercado dentro de cinco a dez anos.
Pergunta - Em que medida a Uber depende da decisão da Câmara dos Deputados? O serviço no Brasil pode ser suspenso dependendo dessa regulação?
Dara Khosrowshahi - Qualquer operação nossa, incluindo o Brasil, exige parcerias não só com governos locais, mas com motoristas e usuários vinculados ao aplicativo. De modo geral, nosso diálogo com o Senado e o governo brasileiro melhorou ultimamente.
A Uber planeja investir no Brasil mesmo com o risco de mudança das regras?
- Todo negócio traz riscos. No Brasil, na última semana, nós ultrapassamos a marca de 1 bilhão de viagens. A companhia demorou três anos e meio para alcançar meio bilhão de viagens e outros seis meses para alcançar mais meio bilhão. Portanto, o negócio tem crescido muito no Brasil.
Como foram as conversas com os parlamentares?
- Temos tido contato com diversos agentes no governo, deputados e senadores nos últimos anos. O texto que o Senado enviou à Câmara reflete o balanço apropriado. Uma regulação que traga a segurança de motoristas e usuários, mas também a abertura que garanta que a tecnologia continue avançando.
com informações de yahoonotícias