14 abril 2018

Justiça manda Sírio Libanês pagar R$ 577 mil a médica acusada de vazar exames de dona Marisa

Leonardo Benassatto/Futura Press
A médica Gabriela Munhoz, demitida do hospital Sírio Libanês por supostamente ter vazado exames da ex-primeira dama Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ganhou uma ação na Justiça do Trabalho.
A juíza Isabel Cristina Gomes, da 16ª Vara do Trabalho de São Paulo, reverteu a justa causa aplicada e condenou o Sírio a pagar R$ 577 mil de indenização por danos morais à profissional.
Gabriela teria divulgado detalhes sobre diagnóstico da ex-primeira-dama em um grupo de colegas no WhatsApp, no início de fevereiro de 2017. Marisa Letícia morreu no hospital, vítima de um acidente vascular cerebral.
O site jurídico Migalhas teve acesso à decisão judicial, que corre em segredo de justiça. A juíza concluiu que as informações passadas pela médica a um grupo de Whatsapp, formado exclusivamente por médicos, não eram do hospital e não dependiam de acesso ao prontuário ou a outros exames realizados em Marisa.
Além disso, segundo a juíza, a imagem do laudo realizado em outro hospital, no qual a ex-primeira dama foi atendida antes de ser encaminhada ao Sírio, já estava circulando em várias redes sociais.
“Um empregador diligente, cuidadoso, teria tomado todas as medidas necessárias para a efetiva e irresistível apuração dos fatos de maneira a não deixar dúvidas sobre a autoria, enquadramento legal da conduta e grau de culpa da autora”, considerou a magistrada.
Além da indenização, o Sírio-Libanês foi condenado a pagar verbas rescisórias, apuradas em liquidação da sentença. O hospital pode recorrer.
O hospital afirmou ao Estadão, por meio de sua assessoria de imprensa, que ‘se manifestará na Justiça do trabalho, onde o processo está em tramitação”.