13 fevereiro 2019

Polícia investiga se milícia invadiu ala de hospital no Rio

Funcionários relataram terem visto “pessoas desconhecidas” andando pela ala desativada do hospital. (Foto: Divulgação/Secretaria de Saúde do Rio)
Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga se uma parte do Hospital Estadual Santa Maria, na Taquara, zona Oeste da cidade, foi ocupada por integrantes de uma milícia. O setor que teria sido invadido por milicianos está desativado e era utilizado para o tratamento de tuberculose. 

O inquérito está a cargo da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas) e foi aberto a partir de denúncias de servidores do local. Segundo o Extra, a Secretaria estadual de Saúde do Rio está transferindo pacientes do hospital e médicos afirmam que o motivo é o fechamento da unidade em função da violência.

Um ex-funcionário do Hospital Estadual Santa Maria declarou ao jornal que “pessoas não identificadas” foram vistas na ala desativada da unidade. A suspeita entre os profissionais é que o local seja usado para armazenar drogas ou armas.

O hospital foi construído em 1943 no alto de um morro, e hoje é cercado por comunidades. Desde setembro do ano passado, a guerra entre milícia e tráfico pelo território se acirrou com a prisão do chefe do grupo paramilitar que controlava as comunidades da Teixeiras e Santa Maria. De acordo com o Extra, os tiroteios frequentes levaram profissionais de saúde a pedirem demissão, agravando a falta de médicos na unidade.

Em relato ao jornal, funcionários e ex-servidores do hospital relatam o cotidiano de violência vivido na unidade. Eles contaram que, para chegar e ir embora do hospital, os funcionários cumprem normas de segurança e costumam vestir seus jalecos, para serem mais facilmente identificados, além de saírem com os carros com o pisca-alerta ligado e vidros abertos.


Por conta da insegurança, os pedidos de demissões são constantes e por isso o tratamento e acompanhamento de pacientes com casos de tuberculose mais aguda tem sido prejudicado, segundo profissionais ouvidos pelo jornal.

Em nota enviada ao Extra, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio não se manifestou sobre a insegurança na unidade, mas negou que parte do hospital esteja ocupada por milicianos. A secretaria informou ainda que tem programada, dentro de critérios técnicos, a transferência dos doentes do Santa Maria para o Ietap (Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras).

com informações de yahoonotícias