05 junho 2020

Deputados invadem hospital de campanha em São Paulo e causam tumulto

Deputados invadem hospital da campanha do Anhembi - Foto: Reprodução/Facebook
 Foto: Reprodução/Facebook
Cinco deputados estaduais acompanhados de seus assessores invadiram as instalações do hospital de campanha no Anhembi na tarde desta quinta-feira (4), causando tumulto no local. Dizendo que fariam uma vistoria, eles criticaram o governador João Doria (PSDB) e afirmaram que o governo paulista mente sobre o número de casos e mortes no estado.

Nesta quinta, no entanto, o Brasil chegou à marca de 34.021 mortes e 614.941 casos confirmados; outras 4.159 mortes estão em investigação. Epicentro da pandemia do novo coronavírus no país, São Paulo chegou ao número de 8.561 óbitos e 129.200 casos confirmados.

O total real de casos e mortes, porém, tende a ser ainda maior, devido à subnotificação e a casos ainda à espera de análise.
Mesmo com esses números, os deputados Adriana Borgo (Pros), Marcio Nakashima (PDT), Leticia Aguiar (PSL), Coronel Telhada (PP) e Sargento Neri (Avante) forçaram a entrada nas instalações hospitalares do Anhembi, inclusive em áreas com alto risco de contaminação.
Em vídeos divulgados em suas redes sociais, Nakashima afirma que encontrou leitos vazios, alguns sem respiradores e criticou as medidas de isolamento social impostas no estado. Também em vídeo divulgado na internet, Adriana Borgo disse que "não tem doente porcaria nenhuma" no hospital de campanha.
Assim como os demais parlamentares, ela criticou as medidas de distanciamento social, recomendadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como principal forma de conter a pandemia enquanto não há remédios ou vacina para a Covid-19.

Em nota, a Prefeitura afirmou que "os deputados e assessores invadiram o HMCamp do Anhembi de maneira desrespeitosa, agredindo pacientes e funcionários verbal e moralmente, colocando em risco a própria saúde porque inicialmente não estavam usando EPIs e a própria vida dos cidadãos que estão internados e em tratamento na unidade."
A gestão Bruno Covas (PSDB) diz, ainda, que os parlamentares filmaram as alas do hospital que ainda não foram ativadas, mas que estão prontas para serem colocadas em funcionamento caso necessário. "E também gravaram pacientes sem autorização prévia, muitos dos quais estavam sendo higienizados em seus leitos."

"A Prefeitura de São Paulo reitera total repúdio a atitudes violentas e ações deliberadas para tentar enganar a opinião pública", finaliza a nota divulgada pela gestão municipal.
com informações da Folhapress