06 agosto 2020

Bolsonaro critica vacina contra Covid "que um governador resolveu acertar com outro país"

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O presidente Jair Bolsonaro fez uma crítica velada nesta quinta-feira ao acordo firmado pelo governo de São Paulo com a empresa chinesa Sinovac Biotech para desenvolvimento de uma possível vacina contra a Covid-19, afirmando que o acordo assinado por um governador "com outro país" não envolveria transferência de tecnologia.

Em cerimônia de assinatura de medida provisória que abre crédito de 1,9 bilhão de reais para assegurar a compra de 100 milhões de doses e posterior produção local da possível vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca e a Universidade de Oxford, o presidente afirmou que a parceria firmada pelo Ministério da Saúde é diferente "daquela outra".

"Talvez em dezembro, janeiro, exista a possibilidade da vacina, e daí esse problema estará vencido poucas semanas depois. E o que é mais importante nessa vacina, diferente daquela outra que um governador resolveu acertar com outro país, vem a tecnologia pra nós", disse o presidente em discurso na cerimônia, que foi transmitida ao vivo pela TV Brasil.

O acordo firmado pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, com a Sinovac prevê, no entanto, transferência de tecnologia para a produção de vacina localmente, assim como o acordo firmado pelo Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com a AstraZeneca.

Em ambos os casos, as autoridades anunciaram que pretendem iniciar a produção local no primeiro semestre de 2021. No entanto, especialistas ouvidos pela Reuters colocaram em dúvida esse prazo. [nL2N2F105E]

Bolsonaro já havia ironizado no fim do mês passado a vacina "daquele outro país", sem dizer diretamente a qual nação se referia. "Fala-se muito da vacina da Covid-19. Nós entramos naquele consórcio lá de Oxford. Pelo que tudo indica, vai dar certo e 100 milhões de unidades chegarão para nós. Não é daquele outro país não, tá ok, pessoal? É da Oxford aí", disse.

Em resposta à declaração de julho, o governador paulista, João Doria (PSDB), disse que não iria politizar a busca por uma vacina. Rival do presidente, Doria é visto como possível adversário de Bolsonaro na eleição presidencial de 2022.

Apesar de ter optado pela vacina de Oxford/AstraZeneca como principal aposta, o Ministério da Saúde já reconheceu que está acompanhando os diversos estudos para desenvolvimento de uma vacina pelo mundo e terá interesse em adquirir a primeira que ficar disponível para a população com segurança e eficácia comprovadas, independentemente do acordo já firmado. 

com informações de yahoonotícias