04 novembro 2020

Areia Branca: prisões do grupo de situação repercutem na cidade

 Desde o início da semana pssada a cidade de Areia Branca voltou a ferver com mais prisões de pessoas ligadas diretamente a administração da prefeita Iraneide Rebouças, integrantes da coligação “Por Amor à Areia Branca” (MDB/ PL /PSD /PTC / PSDB /PP / PDT / DEM). Repercutem as detenções do secretário municipal de Serviços Públicos, Urbanismo e Obras, Cliverson Ferreira de Araújo (preso também em 2018 em outra operação da Polícia Civil); do policial civil, Rafael Lopes de Freitas Neto (candidato a vereador pela situação - PSD), do empresário Francisco Raimundo Filho (conhecido por Oliveira), que realiza obras na Prefeitura (como a urbanização da orla de Upanema e outras) . Além disso, estão sendo relacionados outros casos policiais ocorridos há poucas semanas (tráfico de drogas) e em anos anteriores (contrabando).


O que chama atenção é que somente dessa vez a gestora afastou o auxiliar, após ampla divulgação inclusive nos noticiários nacionais, diante da intenção de se reeleger. Em outra operação semelhante em 2018, quando o próprio Cliverson e outro gestor, o secretário de Segurança, Roberto Teixeira, foram presos pelas mesmas razões, a chefe do executivo os manteve nos cargos, sem providências. “Sabemos que só fez o afastamento por causa da sua pretensão eleitoral. 

Em 2018, quando já estava eleita, não se deu ao trabalho de dar justificativas aos areia-branquenses, mantendo seus secretários nos cargos. Esses escândalos de corrupção são graves e causam perplexidade. Na semana passada, a Polícia Federal tinha prendido outro candidato a vereador do lado da prefeita, envolvido em tráfico de drogas, Raniere da Somoban. Sinceramente, não sabemos o que ainda falta acontecer. Além desses escândalos, os servidores e população vivem amedrontados com represálias”, indigna-se o candidato a prefeito, Toninho Souza (PSB) 

“FALSOS HERÓIS”

Foi amplamente divulgado, na terça-feira (27), que a Polícia Federal, com apoio da Receita Federal do Brasil e da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Seopi), deflagrou em Mossoró a Operação Falsos Heróis, que investiga organização criminosa voltada ao contrabando de cigarros e produtos falsificados. Cerca de 165 policiais federais cumpriram 26 mandados de busca e apreensão e 8 mandados de prisão preventiva no Rio Grande do Norte (Areia Branca, Tibau e Mossoró), Pará (Belém e Ananindeua) e São Paulo (capital), além do cumprimento de medidas cautelares diversas da prisão com relação a outros nove investigados, bem como o sequestro judicial de 22 contas bancárias. 

As diligências permitiram identificar uma organização criminosa estruturada, cujo modus operandi consiste no transporte naval de produtos contrabandeados (cigarros, vestuário e equipamentos eletrônicos falsificados) com origem no Suriname, os quais são internalizados clandestinamente em pontos da costa potiguar de Areia Branca, Porto do Mangue e Macau, sendo transportados para diversos estados, principalmente São Paulo. 

Somente entre 2018 e 2019, movimentaram cerca de R$ 185 milhões. A PF divulgou que dentre os investigados constavam empresários, policiais civis do RN, além de um secretário municipal da cidade de Areia Branca/RN, sem citar nomes. Os crimes imputados são os de contrabando qualificado (art. 334-A, §3º, CP) e organização criminosa armada (art. 2º, § 2º, e § 4º, incisos II e V, da Lei 12.850/2013), cujas penas, podem ultrapassar a 23 anos de prisão.

OPERAÇÕES PASSADAS

No dia 29 de agosto de 2018, mercadorias contrabandeadas, avaliadas em cerca de R$ 2 milhões, já haviam sido apreendidas pela Polícia Civil em Areia Branca, quando cinco pessoas foram presas. Um barco que saiu do Pará, também com origem do Suriname, chegou ao porto de Areia Branca com mercadorias destinadas a dois secretários municipais. 

Entre os produtos apreendidos, estavam óculos, tênis e roupas. "A mercadoria, que não tem notas fiscais, era destinada a dois empresários que também são secretários municipais de Areia Branca. Todo o material vai ser levado para a Polícia Federal, que deve intimar e ouvir os secretários", declarou o delegado Renato Oliveira, na época.