11 março 2021

Com valor máximo de R$ 375, novo auxílio emergencial não paga uma cesta básica em Natal



 Com valores que chegam a menos da metade do que foi pago inicialmente em 2020, a nova rodada do auxílio emergencial não deve ser usada para outros fins que não seja a alimentação, segundo economistas do Rio Grande do Norte.

 Algumas famílias, no entanto, terão dificuldades até mesmo para suprir essa demanda, visto que a cesta básica em Natal tem um custo médio de R$ 464, segundo pesquisa do Dieese referente ao mês de fevereiro.

 O Governo Federal pretende pagar quatro parcelas de R$ 175, R$ 250 e R$ 375, a depender da composição das famílias. Em 2020, o valor começou em R$ 600 (chegando a R$ 1,2 mil para mulheres chefes de família) e depois caiu para R$ 300 (sendo o dobro para mulheres chefes de família). 

O início dos pagamentos em 2021 depende da conclusão da votação, no Congresso Nacional, da PEC Emergencial, que autoriza despesas extras do governo, fora do teto de gastos, até o limite de R$ 44 bilhões. 

Na madrugada desta quinta-feira 11, o plenário da Câmara dos Deputados concluiu a votação da proposta em 1º turno. Outra sessão marcada para esta quinta vai continuar discutindo a PEC.

 O texto já passou pelo Senado e, após ser aprovado pela Câmara, vai direto para promulgação, sem necessitar de aval do presidente Jair Bolsonaro. Segundo o economista e superintendente do Conselho Regional de Economia (Corecon/RN), Ricardo Valério, a situação da pobreza se agrava em todo o País e muitas famílias dependem desses valores estritamente para se alimentarem.

 Após o fim do auxílio emergencial, em dezembro, cerca de 314 mil potiguares passaram a viver com uma renda per capita de apenas R$ 7,60 mensais. “Enquanto se tinha o auxílio de R$ 600 sendo pago, a renda per capita ficou na faixa de R$ 156 mensais, mas esse ano quando se perdeu o auxilio, as pessoas mais vulneráveis – que no RN são cerca de 314 mil potiguares – passaram a viver com uma renda per capita de apenas R$7,60.

 Isso é praticamente apenas um quilo de feijão e totalmente inaceitável para a sobrevivência de uma família”, destacou. Para ele, os valores pagos, ainda que reduzidos, serão importantes para o reaquecimento da economia e para a sobrevivência mínima dessas famílias. “Ainda que no valor correspondente a R$ 175 para o homem solteiro, R$ 250 para o casal e R$ 375 para a mulher chefe de família, esses valores serão de fundamental importância para o reaquecimento da economia, e para evitar problemas sociais ainda maiores, onde temos um grande número de pessoas entrando na situação que a gente chama de pobreza absoluta”.

 Para o professor e economista Janduir Nóbrega, esse montante que deve ser pago ainda até o final de março terá um impacto positivo, sobretudo na economia local, para pequenos comerciantes e prestadores de serviços. “Porque o valor total que pode ser gasto pelo Governo é na casa de R$44 bilhões em quatro meses, ou seja, se a gente dividir esse valor em quatro parcelas nós teremos o equivalente a R$ 11 bilhões sendo injetados por mês na economia. E aí com essa certeza essa quantia deve ser direcionada para a alimentação, porque pelo montante não é possível para as famílias fazer outra coisa que não seja se alimentar”.


 com informações do agorarn.com