11 julho 2021

Alunos da rede estadual do RN não acompanhou as aulas

Os números referentes à adesão dos estudantes brasileiros à Educação Básica apontam que cerca de 1 milhão de crianças e adolescentes dos 6 aos 18 anos, estão fora da escola em 2021. Os dados são de uma pesquisa da Fundação Lemann/BID/Itaú Social, realizada pelo Instituto Datafolha, que analisa as perspectivas de alunos e familiares sobre o ensino não presencial. No RN, 55,8% dos estudantes matriculados na rede estadual de ensino em 2020, não acompanharam as aulas em formato on line. Os dados são da Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer (SEEC/RN).

Estudantes não efetuaram acesso às plataformas digitais de ensino disponibilizadas e outros, realizaram menos de 20 acessos ao sistema de aulas virtual da rede. 

A Secretaria explicou que a ausência desses estudantes nas plataformas de ensino não configura abandono, porque outras metodologias foram adotadas para tentar reverter os prejuízos em razão da falta de acesso às aulas virtuais. “O Estado utiliza outras metodologias além das aulas em plataformas digitais, como o uso de material impresso – os alunos vão até a escola buscar as próprias atividades. Isso acontece principalmente nos locais em que a internet não chega ou é de pouca qualidade, a exemplo de comunidades rurais e de municípios com pouca infraestrutura”, esclareceu o titular da SEEC, Getúlio Marques.

Além disso, de acordo com a pasta, os alunos também contam com opções como aulas via rádio e TV. O acompanhamento, nesse casos é feito pelas escolas, por meio dos próprios planos pedagógicos. 

As escolas fazem o monitoramento de todos os estudantes da rede estadual por meio da ferramenta Busca Ativa, plataforma desenvolvida pelo Unicef em parceria com a Undime, para auxiliar os municípios no combate à exclusão escolar. Quando o aluno deixa de dar respostas, segundo a Secretaria, a escola procura saber o que aconteceu. 

A Tribuna procurou o MPRN para saber como o órgão ministerial acompanha a situação da adesão dos estudantes potiguares ao ensino não presencial, mas não houve retorno.

Estudantes relatam dificuldades com EAD 

Os impactos do ensino não presencial no Brasil vão além do que indicam os índices de participação dos alunos em aulas virtuais ou demais tipos de atividades, como a realização de atividades impressas e aulas via rádio ou TV. 

Na alfabetização, a percepção de piora no desempenho é maior – metade dos estudantes nesse processo de escolarização não aprendeu nada de novo ou desaprendeu algo, conforme a percepção de pais e responsáveis. Grande parte dessa má avaliação ocorre no Nordeste e no Centro-Oeste.

Elizandra revela que a relação entre a filha e a escola tem se mantido boa, apesar dos problemas estruturais. “A maior dificuldade é a internet, porque a gente não tem wi-fi e usa dados móveis. Nem sempre a conexão está boa, o pacote acaba rápido. Então, os professores mandam atividades pelo WhatsApp.”, comenta. 

Os contratempos que rondam os estudantes de ensino não presencial ultrapassam questões estruturais. A falta de motivação é um deles. De acordo com a pesquisa, 57% dos estudantes brasileiros estão desmotivados com esse tipo de ensino. 


Com informações de: tribunadonorte