06 dezembro 2021

SESAP alerta sobre os riscos de acidentes por animais peçonhentos nos meses de verão

Imagem: internet

Com a chegada do verão, aumenta o número de acidentes com alguns animais peçonhentos, como escorpiões. A ida de muitas pessoas às praias e a permanência maior das crianças em casa, por causa das férias escolares, faz aumentar o registro de acidentes com escorpiões e animais aquáticos, como caravelas e águas vivas.

Imagem: internet

Por isso, é importante que nesse período sejam intensificadas as estratégias de prevenção e controle destes acidentes junto às populações expostas e de maior risco.

No período de 2018 até 2021, de acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), o RN registrou 23 óbitos por animais peçonhentos, sendo 9 por serpentes e 3 por escorpião.

Período de verão aumenta risco de acidente com escorpiões

Os acidentes escorpiônicos, apesar de serem os mais frequentes, em sua maioria apresentam manifestações locais leves, como dor de instalação imediata que pode se irradiar para o membro e ser acompanhada de formigamento ou ardência, inchaço e sudorese local. Esses sintomas costumam melhorar em algumas horas sem a necessidade da utilização de soro antiescorpiônico.

Em algumas situações, os sintomas são mais graves e podem surgir em até duas ou três horas após a picada. Uma vez diagnosticada a necessidade de soroterapia, esta deve ser realizada o mais precocemente possível e, por isso, o tempo entre o acidente e o atendimento médico é crucial, principalmente em casos que envolvam crianças e idosos.

Medidas de prevenção diminuem o risco de acidentes

Animais peçonhentos costumam ser encontrados em locais como florestas, matas, trilhas, áreas com acúmulo de lixos, atividades de lazer, de limpeza, serviços de jardinagem, entre outros. Por isso é importante o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas de couro, botas de cano alto e perneira ao frequentar esses locais.

Não colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras. Caso seja necessário mexer nestes locais, usar um pedaço de madeira, enxada ou foice.

Não mexer em colmeias e vespeiros. Caso estes estejam em áreas de risco de acidente, contatar a autoridade local competente para a remoção.

Cuidados dentro de casa 

É importante inspecionar roupas, calçados, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, pano de chão e tapetes, antes de usá-los. Afastar camas e berços das paredes e evitar pendurar roupas fora dos armários. Antes de dormir, inspecionar os cômodos da casa, principalmente as camas, quanto a presença de aranhas ou escorpiões, pois durante a noite estes animais são mais ativos. É recomendada a atenção com roupas e sapatos antes do uso, afastar camas e berços das paredes, não deixar que mosquiteiros encostem no chão e não pendurar roupas nas paredes bem como utilizar, em casas e apartamentos, sistemas de vedação de ralos, consertar frestas em paredes e rodapés soltos também são cuidados importantes.

Outros cuidados são: acondicionar o lixo domiciliar em sacos ou recipientes fechados, manter a limpeza de quintais e jardins, evitar acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção próximo às casas, evitar folhagens densas junto a paredes e muros, deve-se usar calçados e luvas de raspas de couro nas tarefas de limpeza destes ambiente. Evitar a proliferação de escorpiões é a preservação de seus inimigos naturais, como as aves de hábitos noturnos, como corujas e joão-bobo, lagartos e sapos.

Caso encontre um animal peçonhento, afastar com cuidado e evitar assustá-lo ou tocá-lo, mesmo que pareça morto. Procurar a autoridade de saúde local como o agente ambiental ou a polícia/guarda ambiental para as devidas providências.

Animais aquáticos 

No verão, os acidentes com animais aquáticos, como as caravelas, água viva, ouriço-do-mar, peixe bagre e arraias, ocorrem com mais frequência, por ser o período de reprodução de alguns animais marinhos e pela grande quantidade de pessoas circulando nas orlas.

Embora sejam acidentes de menor gravidade, eles causam grande incômodo, e alguns cuidados podem ser adotados. Em praias rochosas ou com pedras soltas, caminhar sempre com os pés protegido por um calçado firme, de solado antiderrapante (tênis ou sapatilha); ficar afastado das áreas com grandes populações de ouriços-do-mar; evitar colocar as mãos desprotegidas em tocas ou sob rochas e evitar banhos em praias onde aconteceram acidentes recentes por águas vivas e caravelas.

RN conta com assistência especializada na capital e no interior

É importante lembrar que as vítimas de acidentes com serpentes, devem ser encaminhadas à unidade de referência para avaliação clínica e tratamento adequado, mesmo que apresentem sintomas leves. O RN conta com cinco unidades hospitalares de referência para atendimento a acidentes com animais peçonhentos, situadas em Natal, Caicó, Mossoró, Pau dos Ferros.

Em Natal, as referências são o Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes, para pacientes de até 14 anos, e o Hospital Giselda Trigueiro para pacientes adultos. Em Mossoró o Hospital Regional Tarcísio Maia, em Caicó o Hospital Telecila Freitas Fontes e em Pau dos Ferros os atendimentos são feitos no Hospital Regional Cleodon Carlos de Andrade.

Ceatox orienta população e profissionais de saúde 

As vítimas de acidentes com animal peçonhento, além de profissionais da rede pública ou privada de saúde, podem contar com o CEATOX/RN para orientar sobre a conduta do atendimento e, quando necessária a transferência, o fluxo da regulação para as unidades de referência.

O Ceatox/RN é um serviço da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) e funciona em plantão telefônico 24h para casos de acidentes por animais peçonhentos e outras intoxicações. Por ligação telefônica ou WhatsApp os plantonistas prestam informações específicas, em caráter de urgência, aos profissionais de saúde e de caráter orientador, educativo e preventivo à população em geral. Os números são: 0800 281 7005 (84) 8803-4140 e (84) 981251247.

Imagem: internet