26 novembro 2018

RELÍQUIA SOBRE A IGREJA DE EXTREMOZ

 Igreja matriz de Extremoz - O Malho, 08/09/1923, p.

O conhecimento não tem sentido se não é repassado, por isso compartilho com todos os leitores do blog um achado fotográfico raríssimo o qual me causou profunda emoção.Trata-se de uma imagem de um procissão na vila de Extremoz onde é possível vê a igreja ainda em pé e sendo utilizada para a liturgia. A foto foi publicada na revista O Malho em 1923. 

A legenda da foto dizia que eram romeiros voltando da Vila de Extremoz onde foram ouvir missa no dia da festa do Santo Padroeiro. Dizia ainda que “junto a igreja existem as grandes escavações feitas em procura de fantásticas riquezas ali deixada pelos frades holandeses há anos atrás”.Há dois erros no tocante a nacionalidade dos religiosos nessa afirmação.Primeiro que não era holandeses os religiosos que em Extremoz habitavam mas sim padres da Companhia de Jesus, os chamados jesuítas, que evidentemente não eram frades  e sim padres (sacerdotes).

No entanto há a confirmação das escavações que estavam acontecendo no complexo arquitetônico religioso de Extremoz que foi criminosamente destruído pela cobiça e interesse de pessoas que acreditavam que em baixo dos alicerces havia tesouros guardado pelos padres jesuítas.

Em matéria publicada no jornal A noite em 1915 se dizia que o antigo convento dos padres jesuítas da vila de Extremoz estava em ruínas (A NOITE, 1915 p. 6). Os padres da Companhia de Jesus data do século XVII e estiveram presente naquela freguesia até o ano de 1759 quando por decreto do Marquês de Pombal todos os jesuítas foram expulsos do Reino de Portugal, um ano depois foi criado o município e a freguesia de Vila Nova de Extremoz[1].

O complexo de edifícios religiosos erguidos pelos jesuítas constava de uma igreja dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres e São Miguel, um convento anexo a igreja, que era a residência dos padres, um hospício que à época tinha finalidade diferente do que indica a palavra, era local de pouso de viajantes, espécie de hospital e abrigo para pessoas pobres, havia ainda uma cruzeiro em frente a igreja e entre esta e o cruzeiro uma imensa praça. Tal complexo deu início a vila de Extremoz onde ao redor dessa igreja surgiram as primeiras casas da vila na margem esquerda da lagoa.

Atualmente restam apenas algumas paredes da antiga igreja de Extremoz que é tombada como patrimônio histórico.Pela importância simbólica para a história do Rio Grande do Norte e como reparação histórica a Fundação José Augusto deveria fazer um projeto de reconstrução da igreja como foi feito com o Patio do Colégio de São Paulo também dos jesuítas que foi reconstruído e hoje abriga um importante e ponto turístico da capital paulista.

A toponímia deve-se a Estremoz, uma cidade portuguesa no Distrito de Évora, na região do Alentejo, sub-região do Alentejo Central. Conhecida internacionalmente pelas suas jazidas de mármore branco, o chamado Mármore de Estremoz