20 novembro 2019

À PF, porteiro que citou Bolsonaro em caso Marielle muda versão

Foto: SERGIO LIMA/AFP via Getty Images
O porteiro do condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, que citou o nome do presidente Jair Bolsonaro durante à Polícia Civil no âmbito da investigação sobre a morte da deputada Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, em 2018, mudou sua versão dos fatos em novo depoimento, desta vez à Polícia Federal.

O homem, cujo nome não foi divulgado, mas que a revista Veja identificou como Alberto Jorge Ferreira Mateus, prestou depoimento à PF na terça-feira (19), em investigação ordenada pelo ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) para apurar a citação ao presidente Bolsonaro no caso Marielle.


Segundo informações do jornal O Estado de S.Paulo, o funcionário afirmou ter sido um “erro” lançar o registro de entrada de Elcio Queiroz na casa 58. Ele disse que se sentiu “pressionado” durante o primeiro depoimento à Polícia Civil, mas disse que ninguém o pressionou especificamente.

Em outubro, o ministro Sergio Moro solicitou, via Procuradoria-Geral da República, a abertura de um inquérito na Polícia Federal para apurar o depoimento do porteiro. Ele disse haver “inconsistências” no depoimento do funcionário, o que poderia indicar “crimes de obstrução à Justiça, falso testemunho ou denunciação caluniosa”.

O PGR Augusto Aras aceitou o pedido de Moro e enviou o ofício ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ), que solicitou a abertura das investigações no dia 6 de novembro. No mesmo dia, a Polícia Federal abriu o inquérito e ouviu o porteiro nesta semana. O processo segue em segredo de Justiça.