Os custos da cesta básica registraram queda em quatro capitais do Nordeste, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e divulgada nesta segunda-feira, 8. As capitais cujos valores apresentaram queda em relação a dezembro de 2020 foram Natal (-0,94%), João Pessoa (-0,70%), Aracaju (-0,51%) e Fortaleza (-0,37%).
Os dados da pesquisa indicam que os preços do conjunto de alimentos básicos, necessários para as refeições de uma pessoa adulta (conforme Decreto-lei 399/1938) durante um mês, aumentaram em 13 capitais pesquisadas. As maiores altas foram registradas em Florianópolis (5,82%), Belo Horizonte (4,17%) e Vitória (4,05%)
. São Paulo, é a capital em que a cesta apresentou o maior preço: R$ 654,15, com alta de 3,59%, na comparação com dezembro de 2020. Em 12 meses, o valor do conjunto de alimentos subiu 26,40%. O valor mais baixo foi registrado em Aracaju, capital de Sergipe, onde os itens básicos custam R$ 450,84.
Natal é a segunda mais barata entre as cidades pesquisadas, em que os itens estipulados custam R$ 454,49. Com base na cesta mais cara, que, em janeiro, foi a de São Paulo, o DIEESE estima que o salário mínimo necessário foi equivalente a R$ 5.495,52, o que corresponde a 5 vezes o mínimo já reajustado, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.
Entre os itens que puxaram o aumento em grande parte das capitais estão o feijão, cujo preço subiu em 12 capitais; o açúcar, que teve incremento de preço em 15 cidades e a carne bovina de primeira que registrou alta em 14 municípios pesquisados.
A pesquisa A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA) é um levantamento contínuo dos preços de um conjunto de produtos alimentícios considerados essenciais.
A PNCBA foi implantada em São Paulo em 1959, a partir dos preços coletados para o cálculo do Índice de Custo de Vida (ICV) e, ao longo dos anos, foi ampliada para outras capitais.
Hoje, é realizada em 17 Unidades da Federação e permite a comparação de custos dos principais alimentos básicos consumidos pelos brasileiros.
Os itens básicos pesquisados foram definidos pelo Decreto Lei nº 399, de 30 de abril de 1938, que regulamentou o salário mínimo no Brasil e está vigente até os dias atuais.
O Decreto determinou que a cesta de alimentos fosse composta por 13 produtos alimentícios em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta. Os bens e quantidades estipuladas foram diferenciados por região, de acordo com os hábitos alimentares locais.
O banco de dados da PNCBA apresenta os preços médios, o valor do conjunto dos produtos e a jornada de trabalho que um trabalhador precisa cumprir, em todas as capitais, para adquirir a cesta. Os dados permitem a todos os segmentos da sociedade conhecer, estudar e refletir sobre o valor da alimentação básica no país.
com informações do agorarn.com