13 setembro 2021

No RN, 33,5% dos estudantes adolescentes não tinham pia ou sabão para lavar as mãos na escola antes da pandemia


No Rio Grande do Norte, 33,5% dos estudantes, de 13 a 17 anos de idade, não tinham pia ou sabão para lavar as mãos em 2019. Isso corresponde a 63 mil estudantes de um total de 188 mil nesta faixa de idade. Os dados fazem parte da
Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2019 do IBGE.

Ao considerar apenas as escolas públicas potiguares, o percentual é maior: 39,7% dos escolares não tinham como lavar as mãos na instituição adequadamente. Em números absolutos, são 62 mil adolescentes. A pesquisa estima que o estado tinha um total de 156 mil estudantes, de 13 a 17 anos, na rede pública de ensino. Nas escolas particulares, 2,8% dos escolares não tinham pia ou sabão para higienizar as mãos, o que representa cerca de 900 pessoas num total de 31 mil.

A média do Brasil (38,5%) e Nordeste (39,6%) estão estatisticamente no mesmo nível do Rio Grande do Norte quando se trata do total de estudantes que frequentam escolas sem condições de oferecer essa medida básica de higiene pessoal.

Segundo a pesquisa, “a importância da disponibilização da estrutura necessária à lavagem de mãos na escola é dupla: por ser um ambiente de aprendizagem para hábitos saudáveis e pela própria prevenção de transmissão de doenças entre os alunos”. O levantamento também considerou lavatório e sabonete como substitutos de pia e sabão respectivamente.

Natal

Na capital norte-rio-grandense, 32,6% dos estudantes de 13 a 17 anos não tinham pia ou sabão para lavar as mãos. A cidade também apresenta ampla diferença entre escolas públicas (49%) e privadas (2,9%) sem esses itens básicos. Na comparação com as demais capitais no acesso geral a esses itens de higiene, Natal está estatisticamente no mesmo nível das demais, menos Porto Velho (4,1%).

Violência sexual atinge 17,8% das estudantes adolescentes no RN

No Rio Grande do Norte, 17,8% das estudantes, de 13 a 17 anos, já foram tocadas, manipuladas, beijadas ou tiveram partes do seu corpo expostas contra a sua vontade. Esse percentual corresponde a 16,8 mil meninas. Entre os meninos, a proporção é de cerca de 10%, o que significa 9,2 mil estudantes.

Quando se considera apenas a rede escolar, os estudantes de escolas particulares sofreram mais abusos: 17,4% nas particulares e 13,2% nas escolas públicas. Esse número inclui meninas e meninos.

A situação do Rio Grande do Norte está no mesmo nível estatístico do Nordeste e Brasil, inclusive ao analisar o tipo de rede escolar e a diferença por gênero.


Adolescentes do RN, Nordeste e Norte têm menor contato com drogas

Nas regiões Nordeste e Norte, a parcela de estudantes adolescentes que já usaram, pelo menos uma vez, algum tipo de droga é menor do que em outras regiões do Brasil. A realidade da região também está refletida no Rio Grande do Norte.

A proporção dos adolescentes que, alguma vez na vida, fumaram cigarro é de 15% no RN ou 20,7 mil. O percentual é menor que a média do Brasil (22,6%). Todas as unidades da federação do Sudeste, Norte e Centro-oeste possuem percentuais maiores que o RN. O estado potiguar está no mesmo nível dos demais estados da região, com exceção de Pernambuco cujo percentual é de 19,9%. Juntos, os nove estados do Nordeste (16,6%) têm a menor proporção de estudantes adolescentes que já fumaram entre as regiões do Brasil.

Álcool

Quando se trata de bebida alcoólica, 54,6% dos escolares potiguares, de 13 a 17 anos, já experimentaram. Em números absolutos, são cerca de 100 mil adolescentes. A proporção está no mesmo nível da região Nordeste (56,5%). No Brasil (63,3%), a parcela de estudantes adolescentes é superior a do Norte, Nordeste e Rio Grande do Norte. A média brasileira é fortemente influenciada pelas regiões Sul (72,6%), Sudeste (66,7%) e Centro-oeste (66,1%).


Drogas ilícitas

O cenário regional é semelhante quando se trata de drogas não permitidas por lei (maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança-perfume, ecstasy, oxy etc). No Rio Grande do Norte, 9,3% dos escolares usaram drogas ilícitas alguma vez na vida, o que equivale a 17,5 mil estudantes de 13 a 17 anos de idade.

A região Nordeste (7,9%) e Norte (9,3%) apresentam menores proporções que Sul (16,7%), Sudeste (16,2%) e Centro-oeste (14,7%). Em todo o Brasil (13%), 1,5 milhão de estudantes adolescentes já experimentaram drogas ilícitas.

Saúde reprodutiva

Das estudantes adolescentes potiguares que tiveram relação sexual, 6,8% engravidaram. Esse número representa 1,6 mil escolares entre 13 e 17 anos. A proporção do RN é menor do que a média do Nordeste (10,9%) e está no mesmo nível do Brasil (7,9%).

PeNSE 2019

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense) 2019 reúne 19 temas (segurança, saúde mental, alimentação, atividade física e outros) que envolvem a saúde de adolescentes de 13 a 17 anos de idade de todo o Brasil.

Somente no Rio Grande do Norte, a amostra compreendeu 263 turmas, do 7º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, em 190 escolas distribuídas por todo o estado. Em todo o Brasil, foram 6.612 turmas de 4.242 escolas em 1.288 municípios. O levantamento também foi realizado em 2009, 2012 e 2015.