17 abril 2018

Deputado Eduardo Bolsonaro disse que a vítima ‘se arrependeria de ter nascido’


Foto: Charles Sholl/Futura Press
Na denúncia apresentada pela procuradora-geral Raquel Dodge contra o deputado Eduardo Bolsonaro, pelo crime de ameaça, constam prints das mensagens que o parlamentar escreveu para a jornalista Patrícia de Oliveira Sousa Lélis. ( Leia aqui a denúncia na íntegra).

Ele disse que a vítima merecia ter apanhado mais para aprender a ficar calada e que ela se arrependeria de ter nascido, pois poderia ir pessoalmente atrás dela. A procuradora pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, relator da ação, a condenação do deputado e o pagamento de indenização de no mínimo R$50 mil.

Segundo a vítima, que atuava como líder da juventude do PSC, partido que abrigava Bolsonaro à época, o deputado fez um post no Facebook dizendo que estava namorando com ela. Patrícia, porém, negou o relacionamento, o que teria dado início às ameaças.

Reprodução
Reprodução
Patrícia, tirou prints das mensagens enviadas por Bolsonaro através do aplicativo Telegram.
Na denúncia, Dodge explica que a operadora telefônica confirmou que o número de celular que aparece nas imagens pertence de fato a Bolsonaro. Depois das ameaças, a vítima registrou ocorrência na Delegada Especial de Atendimento à Mulher.
Nas mensagens, Bolsonaro proferiu diversos palavrões e ofendeu fortemente a vítima. Em uma das sequências ele diz:
“Depois reclama que apanhou. abusada, merece mesmo. Tinha que ter apanhado mais para aprender a ficar calada, mais uma palavra e acabo com a sua vida”. Após Patrícia dizer que estava gravando a conversa, o deputado respondeu: “ F… Ninguém vai acreditar em você, nunca acreditaram. Somos fortes, vai para o inferno. P…”

No trecho em que a ameaça fica mais evidente, Bolsonaro escreveu: “Você vai se arrepender de ter nascido, o aviso está dado. Mais uma palavra e eu vou pessoalmente atrás de você. Num (sic) pode me envergonhar, vagabunda”.
No final, o deputado chegou a debochar de um possível processo judicial. Patrícia disse que faria uma denúncia, em que o deputado respondeu: “Enfia a justiça no c…”.

Na denúncia, a procuradora explica que Bolsonaro chegou a alterar a configuração do aplicativo, para que as mensagens fossem apagadas cinco segundos após o envio. A materialidade do crime, então, só foi possível por causa dos prints. A denúncia está baseada no artigo 147 do Código Penal, que tipifica a ameaça.
com informações de yahoonotícias