A Coca-Cola está ameaçando interromper a produção de refrigerantes no Brasil caso o presidente Michel Temer não derrube medidas adotadas em maio deste ano que elevaram a arrecadação de impostos na indústria. As modificações no setor foram realizadas de modo a compensar a redução do preço do diesel, em subsídio de R$ 9,6 bilhões, após a paralisação dos caminhoneiros. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
O presidente foi informado pela primeira vez da reivindicação no fim de junho, alertado por Alexandre Jobim, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes (Abir), que representa gigantes do meio como Coca-Cola, Ambev e Pepsi.
Ao todo, a Abir reúne 59 fabricantes que ameaçam cortar 15 mil empregos diretos caso os impostos não sejam reajustados. A associação prevê retração de cerca de R$ 6 bilhões por ano nas vendas caso Temer não renegocie a medida.
Na última semana, o presidente da Coca-Cola no Brasil, Henrique Braun, se reuniu com o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, para cobrar uma resposta. Braun comunicou que a matriz nos Estados Unidos quer definir a situação até o fim do ano e exige que a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados seja de, ao menos, 15%.
Atualmente a companhia realiza a produção do refrigerante na Zona Franca de Manaus. Caso deixe de produzir no país, o Brasil teria de importar o concentrado da bebida, o que desencadearia num aumento de preço de cerca de 8% para o consumidor. Segundo o jornal, o governo acredita se tratar de um exagero por parte da empresa.