A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga se uma parte do Hospital Estadual Santa Maria, na Taquara, zona Oeste da cidade, foi ocupada por integrantes de uma milícia. O setor que teria sido invadido por milicianos está desativado e era utilizado para o tratamento de tuberculose.
O inquérito está a cargo da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas) e foi aberto a partir de denúncias de servidores do local. Segundo o Extra, a Secretaria estadual de Saúde do Rio está transferindo pacientes do hospital e médicos afirmam que o motivo é o fechamento da unidade em função da violência.
Um ex-funcionário do Hospital Estadual Santa Maria declarou ao jornal que “pessoas não identificadas” foram vistas na ala desativada da unidade. A suspeita entre os profissionais é que o local seja usado para armazenar drogas ou armas.
O hospital foi construído em 1943 no alto de um morro, e hoje é cercado por comunidades. Desde setembro do ano passado, a guerra entre milícia e tráfico pelo território se acirrou com a prisão do chefe do grupo paramilitar que controlava as comunidades da Teixeiras e Santa Maria. De acordo com o Extra, os tiroteios frequentes levaram profissionais de saúde a pedirem demissão, agravando a falta de médicos na unidade.
Em relato ao jornal, funcionários e ex-servidores do hospital relatam o cotidiano de violência vivido na unidade. Eles contaram que, para chegar e ir embora do hospital, os funcionários cumprem normas de segurança e costumam vestir seus jalecos, para serem mais facilmente identificados, além de saírem com os carros com o pisca-alerta ligado e vidros abertos.
Por conta da insegurança, os pedidos de demissões são constantes e por isso o tratamento e acompanhamento de pacientes com casos de tuberculose mais aguda tem sido prejudicado, segundo profissionais ouvidos pelo jornal.
Em nota enviada ao Extra, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio não se manifestou sobre a insegurança na unidade, mas negou que parte do hospital esteja ocupada por milicianos. A secretaria informou ainda que tem programada, dentro de critérios técnicos, a transferência dos doentes do Santa Maria para o Ietap (Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras).
com informações de yahoonotícias